• Somos crianças presas em nossas histórias!

Somos crianças presas nas nossas histórias!

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Todos os dias presencio em redes sociais verdadeiras batalhas. Amigos se gladiando com amigos e por muitas vezes declarando-se inimigos mortais. Só por se contradizerem em conflitos de ideias.

No último cenário de guerra, uma frase saltou ao ar: “Bandido bom é bandido morto!”. Falado assim, em tom forte, em palavras de ordem.

Convivo com crianças diariamente.

Por muitas vezes me deparei olhando nos olhos delas só para tentar entender o que faz uma pessoa mudar tanto. Sim, porque se não nos demos conta, crianças são pessoas!

As pessoas, quando crianças, todas elas, sem exceção, são compreensivas; tolerantes; não distinguem raça, cor, género; são amorosas; sinceras; transparentes, enfim. Não encontro nelas os traços de um assassino, um radicalista, um ativista, um pacifista.

Então pensei, pensei, pensei… E a única resposta que encontrei, dita plausível, foi que as histórias mudam as pessoas.

Cada criança passa por uma história e esta história forja, como fogo forja o ferro, a personalidade assassina, pacifista, ativista, política, corrupta, seja ela o que for!

Então pensei mais um pouco…

A conclusão que cheguei, foi que não temos de culpar as crianças. Mas, culpar as histórias que estas crianças ouviram e a tornaram o que são.

E se as histórias são as culpadas, temos de entender como mudá-las. Existem crianças que fazem histórias para fazer outras crianças serem presas por seus monstros. Políticos, por exemplo! Eles contam as histórias erradas a milhares de crianças dia após dia. Porque as histórias que sempre ouviram, foi que nesta vida, só se vale o poder. Pobre são estas crianças!

E qual a solução?

Só vejo uma… Contar novas histórias! Dar exemplos e tentar acrescentar capítulos as histórias das crianças, para que elas entendam que lobos maus existem e que elas devem lutar contra isto de qualquer forma. Lutar para não deixar, principalmente, que estes lobos entrem em seus pensamentos e sobretudo em seus corações.

Somos as histórias que contamos. E contando histórias boas, podemos inspirar o bem.

Rogo que as criança que ainda vive em cada um de nós nunca perca o sonho e a fé. Que ela entenda que nossos livros são escritos a lápis e podemos sim, apagá-los e reescrevê-los. Portanto, não deixe de contar boas histórias a todas as crianças que passar por seu caminho. Não deixe de contar boas histórias a sua criança adormecida dentro de si.

Nunca deixe de contar histórias!

E pra cada uma delas, um final único. Um final feliz!

E quanto a frase proferida ao calor da discussão? Não haveria necessidade se o bandido tivesse ouvido mais histórias de mocinhos.

(*) Foto por Sarawut Intarob

(**) Uma reflexão: Lições de prisioneiros no corredor da morte (David R. Dow | TEDxAustin)

Estudou a arte do palhaço com Val de Carvalho (Doutores da Alegria), Cristiane Paoli Quito (École Philippe Gaulier), César Gouveia (Jogando no Quintal), Fernando Sampaio (La Mínima), Caroline Dream, Marcos Casuo, Alex Navarro (Cirque du Soleil) e integrou a equipa da primeira jornada de palhaços cuidadores do Brasil com o Dr. Patch Adams.

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